top of page

Madeira

O arquipélago da Madeira situa-se no Oceano Atlântico, a 978 km a sudoeste de Lisboa e a cerca de 700 quilómetros da costa africana, quase à mesma latitude de Casablanca. De origem vulcânica, o arquipélago é formado pela ilha da Madeira (740,7 km²), pela ilha do Porto Santo (42,5 km²) e pelas ilhas desabitadas Desertas (14,2 km²) e Selvagens (3,6 km²).


A ilha da Madeira possui uma orografia bastante acidentada, sendo os pontos mais altos o Pico Ruivo (1862 m), Pico das Torres (1851 m) e o Pico do Arieiro (1818 m). A costa norte é dominada por altas arribas e na parte ocidental da ilha surge uma região planáltica, o Paul da Serra. O relevo, bem como a exposição aos ventos predominantes, fazem com que na ilha existam diversos micro-climas o que, aliado ao exotismo da vegetação, constitui um importante factor de atracção para o turismo, principal actividade da região. A precipitação é mais elevada na costa norte do que na costa sul. Não existem grandes variações térmicas durante todo o ano mantendo-se o clima ameno.​​
​​
A ilha do Porto Santo, por outro lado, tem uma constituição geomorfológica completamente diferente da da ilha da Madeira. Muito plana, apresenta um revestimento vegetal ralo com solos pobres pouco aptos para a agricultura. Possui uma praia de areia fina e dourada com 9 km de extensão de origem orgânica (calcário), ao contrário das praias de Portugal continental que são de origem siliciosa (inorgânica), e constitui uma estância de turismo cada vez mais explorada regional, nacional e internacionalmente. Esta ilha apresenta alguns picos, sobretudo a norte, sendo o Pico do Facho (517 m) o ponto de maior altitude.​
​
As características geofísicas e edafoclimáticas da Madeira, tal como a sua localização geográfica possibilitam a existência de grande número de habitats, de espécies e de tipos de vegetação associados. Estão descritas para a Ilha da Madeira 18 classes de vegetação, que incluem 39 associações e comunidades. Nesta ilha diferenciam-se andares de vegetação estratificados por altitudes, relacionados com a variação de situações climáticas.​
​
​Até aos 200 metros de altitude destacam-se espécies como o Goivo da Rocha (Mathiola maderensis), o Cardo (Cynara Cardunculus), a Perpétua Branca (Helichrysum melaleucum), a Perpétua de São Lourenço (Helichrysum devium), a Andríala (Andryala crithmifolia), o Bucho da Rocha (Maytenus dryandri) e o Dragoeiro (Dracaena draco).​
​
No segundo andar fitoclimático, que pode atingir os 600 metros, encontramos um ambiente climático mais húmido e fresco onde abundam espécies características de uma floresta de transição, tais como o Barbusano (Apollonias barbujana), a Faia das Ilhas (Myrica faya), o Seixeiro (Salix canariensis) e o Azevinho (Ilex canariensis).​
​
Entre os cerca 600 e os 1300 metros de altitude, é possível encontrar consideráveis núcleos de Laurissilva em bom estado de conservação. Esta floresta da Laurissilva é frequentemente banhada por nevoeiros produzidos pelas massas de ar húmido que proporcionam a existência de espécies únicas no mundo como, por exemplo, o Loureiro (Laurus azorica), o Vinhático (Persea indica), o Til (Ocotea foetens), o Folhado (Clethra arborea), o Teixo (Taxus baccata), o Gerânio (Geranium palmatum), o Ranúnculo (Ranunculus cortusifolius)e a Orquídia da Serra (Dactylorhyza foliosa).​
​
Nas regiões mais elevadas da ilha, onde o ar puro e fino da montanha e as baixas temperaturas marcam presença, predominam tufos de vegetação rasteira como os núcleos dos diversos tipos de urze, os musgos, líquenes, os Ensaiões (Aeonium glandulosum), o Alecrim da Serra (Thymus caespititius), a Arméria (Armeria maderensis), a Violeta Amarela (Viola paradoxa) e a Orchis scopulorum, uma orquídea bastante rara.

bottom of page